quinta-feira, 24 de junho de 2010

Por que é perigoso passar a mão nos olhos depois de tocar uma borboleta?

Por que é perigoso passar a mão nos olhos depois de tocar uma borboleta?


A CHC 208 dá a resposta: minúsculas escamas presentes nas asas desses insetos podem causar irritações!

Elas são tão coloridas e encantadoras que, de vez em quando, alguém tem a ideia de pegá-las pelas asas para observá-las mais de perto. Nessa situação, há quase sempre um outro alguém passando que grita: – Solte a borboleta e não coloque a mão nos olhos, porque é muito perigoso!

Perigoso é, mas só um pouco, nada grave a ponto de fazer os olhos doerem horrivelmente ou causar danos à visão. Podem ocorrer, sim, irritações simples, que são facilmente resolvidas lavando bem os olhos com água limpa. Mas permanece a pergunta: por que isso acontece?

As borboletas, esses insetos da ordem Lepdoptera, têm suas belas asas revestidas por uma membrana onde estão inseridas numerosas microescamas, umas por cima das outras. É aí que mora o “xis” da questão! Essas escamas se desprendem facilmente das membranas das asas, por motivos como vento, esbarrão ou toque. Então, quando tocamos uma borboleta, não lavamos as mãos e as levamos aos olhos, as escamas que atingem o globo ocular causam coceira e vermelhidão, reação semelhante à de quando entra cílio, cisco ou poeira em nossos olhos.

Portanto, para prevenir a irritação causada pelas escamas das asas das borboletas, vamos combinar de observar a beleza desses insetos sem tocá-los? Se concordar, seus olhos estarão em perfeitas condições para ver o colorido das borboletas na sombra ou ao Sol, quando, muitas vezes, suas asas refletem a luz e produzem efeitos metálicos, que lembram as cores do arco-íris.

Quer uma receita para ter sempre borboletas voando livres por perto de você? Cultive um pequeno jardim de flores – seja no quintal, na varanda ou mesmo em um vasinho que possa ficar ao ar livre. Pode ter certeza de que elas vão aparecer para provar do néctar das flores – nessa visita acabam por polinizá-las também – e encher o seu jardim de beleza.

Mirna Martins Casagrande

Laboratório de Estudos de Lepidoptera Neotropical

Universidade Federal do Paraná

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