sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dinâmica 2

MOVIMENTO DOS CORPOS

O estudo do movimento dos corpos é, certamente, da mais antigas investigações humanas, dada a extensão de sua aplicação no cotidiano: QUASE TUDO O QUE VEMOS E O QUE NÃO VEMOS E O QUE NÃO VEMOS À NOSSA VOLTA ENVOLVE ALGUM TIPO DE MOVIMENTO.


Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C. elaborou explicações sobre o movimento dos corpos. Parte de suas idéias permaneceram bem aceitas por todo mundo ocidental até os séculos XVI e XVII da Era Cristã. assim se entendia o movimento dos corpos segundo as teorias aristotélicas:

Quando um corpo tem velocidade em relação a umponto, ou seja, não está em repouso, então ele está sujeito a uma força, realizada por um agente. É como uma carroça que se move a uma velocidade constante porque o animal de tração exerce uma força sobre ela, puxando-a numa direção, mantendo-o com essa velocidade; cessando a força, cessa o movimento e a carroça fica parada.

Corpos em queda

É o pensamento aristototélico previa que os corpos mais pesados caíssem mais rapidamente em direção à superfície da Terra do que corpos mais leves.

  • Segundo aristótele se soltarmos uma bola de boliche e uma de gude de uma mesma altura quem cai primeiro ao solo é a de boliche por ser mais pesada.
Ainda bem que apreceu Galileu Galilei com seu espirito invetigador e realizou uma demonstraçãosemelhante do alto da torre de Pisa, na Itália, que mede cerca de 50 metros de altura. Soltou sem empurrar uma bala de canhão e uma bala de mosquete á mesma altura , demonstrou que ambas atingiam o solo simultaneamente.

 

Dinâmica 1

GRADEZAS ESCALARES E VETORIAIS

Chamamos de grandeza física tudo o que pode ser medido, mensurado.No processo de medição de grandeza, encontramos aquelas que podem ser completamente descritas pelo seu módulo ou intensidade e sua respectiva unidade de medida.

Situação 1

Um garoto ao observar um termometro de parede em sua sala diz: A temperatura da sal é de 25ºC

Nesta situação: 
  • A grandeza é a temperatura;
  • O módulo ou intensidade é 25 unidades de graus Célsius;
  • O grau Césius (ºC) é uma unidade de medida relativa à escala Celsius.
Situação 2

Um garoto ao medir a sala de aula diz: A sala tem 15 metros de comprimento e 10 metros de largura. Portanto a sua área é de 150 metros quadrados.

Nesta situação:

  • O comprimento e alargura são gradeza de mesma natureza "são distâncias";
  • Os módulos são 15 e 10, respectivamente;
  • A unidade de medida é o metro quadrado.
Outras grandezas, todavia, além de seu módulo e a unidade de medida, precisam de outros parâmetros para que fiquem bem descritas. Nesses casos, é necessário especificar também a direção e o sentido.
  • um automóvel está viajando a 80km/h da cidade A para cidade B;
Neste exemplo:

- A direção é horizontal (estrada);
- O sentido é da cidade A para a cidade B;
- A grandeza é a velocidade;
- O módulo ou intensidade é 80 quilometros por hora;
- A unidade de medida é Km/h.

  • um fogete aumentou sua velocidade para 1000Km/h desde que foi lançado rumo ao espaço.
- A direção é vertical;
- O sentido é de baixo para cima;
- A grandeza é a aceleração;
- O módulo ou intensidade é 1000 Km/h;
- A unidade de medida é Km/h

As grandeza determindas por sua intensidade, direção e sentido recebem o nome de grandezas vetoriais.

Vetor é uma representação matemática que consiste num seguimento de reta orientado conforme a direção e o sentido da grandeza descrita.



Planeta Água e uma ação global

Planeta Água e uma ação global

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Qual foi a alteração introduzida na soja transgênica Roundup Ready e que riscos ela pode trazer parao meio ambiente e a saúde humana?

A principal alteração da soja transgênica é a introdução de um segmento de DNA (material genético), através de técnicas biotecnológicas, que codifica a expressão de proteínas bacterianas até então ausentes na planta original. Seqüências de nucleotídeos de origem viral com função regulatória também fazem parte do material genético introduzido. A nova soja é resistente ao herbicida Roundup,
cujo princípio ativo – o glifosate – controla plantas daninhas inibindo a enzima 5'-enolpiruvato-chiquimato-3-fostato-sintase (EPSPS). Essa enzima catalisa uma reação na cadeia de biossíntese dos aminoácidos aromáticos (fenilalanina, triptofano e tirosina) presente em plantas e microrganismos e ausente em animais, peixes e aves. Quando aplicado, o glifosate acaba matando as plantas de soja, pois a enzima nativa tem baixa resistência ao referido herbicida.
Genes heterólogos ao da soja já estudados em outras espécies apresentam níveis variáveis de resistência ao herbicida. O gene CP4 EPSPS, que confere alto nível de resistência ao herbicida, foi retirado da Agrobacterium estirpe CP4 e introduzido na soja, onde é responsável pela produção da enzima CP4 EPSPS em grandes quantidades (0,2% das proteínas da semente). O grau de similaridade com a enzima nativa da soja é de 51%.
Vários são os riscos à saúde humana segundo trabalhos de Mae-Wan Ho, da Open University, na Inglaterra. A soja alterada geneticamente contém seqüências de bactérias, de vírus e da petúnia, que não fazem parte da nossa alimentação.
Também são desconhecidos seus efeitos no aumento ou na diminuição da  alergenicidade (capacidade de provocar alergia) que a soja já apresenta naturalmente.
Seus possíveis efeitos pleiotrópicos (produzidos por genes que levam a duas ou mais características diferentes) ou epistáticos (interferência de um gene na expressão de outros) não são conhecidos. Embora estudos já tenham comprovado que houve, na soja transgênica, um aumento na expressão do inibidor da tripsina (proteína alergênica) e que pode provocar desnutrição em ratos, a empresa que desenvolveu tal soja insiste em considerá-la quimicamente equivalente à soja não-transgênica. Essa equivalência foi aceita pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 24 de setembro de 1998, quando considerou que o produto não apresentava risco à saúde humana e ao meio ambiente.

do herbicida glifosate, não é possível prever o risco que o produto consumido, se contiver resíduo do herbicida, pode causar. Resíduos do herbicida já foram detectados em moranguinho, alface, cenoura, cevada e peixes.
Também não constam do processo enviado à CTNBio dados sobre os resíduos do glifosate em partes da planta ou em seus produtos. Na Califórnia, esse herbicida é, entre os agrotóxicos, o terceiro mais comum a provocar problemas, como irritação da pele e dos olhos, depressão cardíaca e vômitos. A toxicidade crônica do produto causou câncer nos testículos de ratos e reduziu seu número de espermas. Outros estudos indicaram que fórmulas contendo glifosate causam mutações em genes.Do ponto de vista ambiental os riscos também são altos. O herbicida usado mata  plantas indiscriminadamente, com efeitos diretos na dinâmica populacional de bactérias, fungos e insetos. O herbicida pode ser altamente tóxico para peixes, minhocas e fungos micorrízicos.
Outro aspecto é que o aumento da aplicação deum mesmo produto químico acelera o desenvolvimento de plantas resistentes. Já  existem várias espécies resistentes ao herbicida glifosate que podem causar prejuízos à agricultura brasileira. Não se exclui também a possibilidade da transferência desse gene de resistência ao herbicida para outras variedades ou espécies por polinização cruzada. A transferência horizontal dos genes, via infecção, para organismos do solo também é um risco. Se microrganismos do solo suscetíveis ao glifosate adquirem resistência ao herbicida, sua dinâmica populacional deverá se alterar profundamente, sem que se saibam quais serão as reais conseqüências. Dados os riscos que a soja transgênica apresenta, a SBPC considera sua liberação para cultivo e consumo prematura, pois não há garantia de que o produto seja sadio, seguro e vantajoso para a agricultura brasileira.  
[CH 146 – janeiro/fevereiro/1999]
Rubens Onofre Nodari
DEPARTAMENTO
DE FITOTECNIA,
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA

Outro aspecto importante é que a soja contém fitoestrógenos – substâncias envolvidas com anomalias reprodutivas em camundongos, ratos e humanos. Sabese que o glifosate induz a síntese do fitoestrógeno em algumas leguminosas, o que pode ocorrer também na soja. Como nenhum resultado experimental relacionado ao assunto foi apresentado para a soja transgênica submetida à aplicação

Pode a ovelha Dolly ser considerada um Organismo Geneticamente Modificado (OGM)?

Se entendermos a engenharia genética no seu sentido estrito de “tecnologia do DNA recombinante” – vigente na biologia molecular –, Dolly não pode ser considerada um claro produto da engenharia genética nem um OGM ortodoxo. Isso porque não houve, estritamente falando, alteração – uma recombinação de DNAs diferentes – , mas apenas manipulação, no sentido de uma transferência de um “pacote fechado” de DNA nuclear de uma célula doadora para uma célula receptora (oócito), previamente enucleada (cujo núcleo foi retirado anteriormente), ou seja, sem fusão nem recombinação entre DNAs diferentes.
Existe, no entanto, outras interpretação, que parte de uma distinção entre “ontogenia” e “função”, isto é, entre o que a célula é enquanto ente e sua função (o que ela “faz”) no processo de clonagem.
Nesse caso, enquanto ente, o conjunto formado pelo núcleo da célula diferenciada doadora e o oócito
enucleado receptor talvez não possa ser considerado um OGM. Mas, do ponto de vista funcional, houve manipulação genética de célula germinativa e, portanto, pode também ser considerado, pelo menos funcionalmente, um OGM. É esse desvio de função um dos aspectos mais relevantes da experiênciado embriologista escocês Ian Wilmut e de sua equipe, ao lado do fato de se tratar da clonagem de uma ovelha adulta, sem passar pelo processo de reprodução por fecundação.
[CH 135 – agosto/1997]


Fermin Roland Schramm
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE
PÚBLICA, DA FUNDAÇÃO
INSTITUTO OSWALDO CRUZ
 
 

De que maneira é feita a modificação genética de organismos, como no caso das moscas Drosophila?

Há várias técnicas para transformar geneticamente organismos como as drosófilas, mas todas introduzem DNA no núcleo de uma célula-ovo ou em uma célula embrionária, ainda não-diferenciada, do organismo receptor para que o gene se integre ao genoma da célula e seja transmitido às suas descendentes.
Quando se usa uma célula embrionária não-diferenciada, nem todas as células do organismo adulto serão descendentes dela e, portanto, portadoras do gene. Mas é necessário que as células germinativas sejam provenientes da célula transformada para que os gametas (óvulos ou espermatozóides) do novo indivíduo portem o gene e possam passá-lo à próxima geração. O DNA pode ser introduzido no núcleo por injeção, sob microscópio, usando-se uma microsseringa. Mas existem técnicas mais sofisticadas, como um “revólver” adaptado que atira microprojéteis de tungstênio cobertos por DNA. Uma vez no núcleo, o gene integra-se ao genoma do receptor por um processo que pode ocorrer naturalmente, graças à tendência ao emparelhamento e recombinação entre seqüências semelhantes de DNA (recombinação homóloga).
Contudo, diversas espécies têm facilitadores dessa integração – a bactéria de solo Agrobacterium tumefaciens, por exemplo, é capaz de infectar várias espécies de plantas e transferir um segmento de DNA para o seu hospedeiro. No caso da modificação genética da Drosophila melanogaster (mosca-das-frutas), pode-se construir e injetar na célula uma molécula de DNA que contenha o gene que se quer transferir e uma seqüência de DNA capaz de se mover de um ponto para outro qualquer do genoma (o elemento de  transposição P). No entanto, ainda existem alguns problemas para a transformação genética dos organismos eucariotos (os que têm núcleos diferenciados nas células), como a morte de muitas das células injetadas e a integração aleatória do DNA injetado, que nem sempre ocorre em um local favorável à expressão do gene. É feito um grande número de tentativas para, com sorte, obter-se um organismo adulto transformado geneticamente.  
[CH 169 – março/2001]
Blanche Christine Bitner-Mathé
DEPARTAMENTO DE GENÉTICA,
INSTITUTO DE BIOLOGIA,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Espécies africanas de água doce estão ameaçadas de extinção

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Capitão Planeta completa 20 anos e ganha celebração nos EUA

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Torneiras abertas e óleo de cozinha, qual o resultado desta união?

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Empresas já pagam pelo uso de água do Rio São Francisco

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Cidade americana irá multar habitantes que não reciclarem o lixo

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Blog | Greenpeace Brasil

Blog Greenpeace Brasil

Homo Sapiens, le documentaire 1/3

Homo Habilis, Homo Ergaster Or Something...

quest for fire-trailer(1981)

A importância da utilização do fogo como instrumento de transformação da nossa sociedade se acelerou com o progresso da cultura humana. Além de fornecer conforto térmico e melhorar a preparação de alimentos, ele desde cedo foi usado em rituais dos mais diferentes povos, na fabricação de armas (até os dias atuais), na produção de novos materiais (ajudando a fundir metais, por exemplo) e como fonte de calor para máquinas térmicas. Entretanto, o que é o fogo?O fogo surge do processo de rápida oxidação de um material combustível, liberando luz, calor e os produtos da reação, como dióxido de carbono e água. Dessa forma, o fogo é um mistura de gases em altas temperaturas e por isso emite luz na faixa do infravermelho e visível.Para certas faixas de temperatura, os gases ficam totalmente ionizados. Isso ocorre porque os elétrons são arrancados dos átomos que os compõem, levando-os ao estado de plasma. O plasma (que nada tem haver com o material contido no sangue) pode ser observado, por exemplo, em lâmpadas fluorescentes, em que o gás fica ionizado devido à descarga elétrica.
Revolução IndustrialUm grande salto no desenvolvimento tecnológico ocorreu justamente quando se desenvolveu a máquina a vapor, dando início à Revolução Industrial, no final do século 18. Nesse caso, o principal combustível era o carvão e, a partir da sua queima, produzindo fogo, foi possível transformar a energia liberada em outra, com capacidade de realizar trabalho – ou seja, impulsionar máquinas e equipamentos a fazerem tarefas que antes dependiam da força bruta humana.Nas primeiras máquinas térmicas, o fogo era utilizado para aquecer a água até a temperatura em que ela se transforma em vapor. A partir disso, com o acúmulo de vapor, a pressão aumentava, fazendo com que ele empurrasse um pistão que colocava uma roda, por exemplo, em movimento.Essas primeira máquinas foram usadas para extrair a água das minas de carvão, mas logo foram aplicadas nas indústrias e no desenvolvimento dos trens. Em poucas décadas, essas máquinas transformaram o mundo.Desde aquele tempo existia a preocupação em desenvolver tecnologias mais eficientes para o aproveitamento da energia, ou seja, construção de máquinas com maior rendimento – que produzam mais consumindo menos. De fato, já no século 19 se fazia uma pergunta cuja resposta até hoje não é fácil: é possível construir uma máquina com 100% de eficiência? Seria possível conseguir isso?A resposta a essa questão não foi simples e mostrou que não se tratava apenas de uma limitação tecnológica, mas sim uma limitação da natureza. Esses estudos levaram ao desenvolvimento de um novo ramo da física conhecido como termodinâmica.
Em busca da máquina perfeitaA termodinâmica estuda o comportamento de sistemas com muitas partículas (como, por exemplo, um gás), levando em conta os efeitos de trocas térmicas. Dois de seus princípios fundamentais, conhecidos como a 1ª e a 2ª leis da termodinâmica, foram elaborados a partir de tentativas de desenvolver a máquina perfeita.A 1ª lei da termodinâmica é, basicamente, a conhecida a lei da conservação da energia. Ou seja, independentemente de qual for o processo físico que esteja ocorrendo, a energia nunca é criada ou destruída, mas simplesmente transformada em outra forma de energia.Era dessa maneira que a energia liberada pela queima do carvão nas antigas máquinas era transformada em energia de movimento, por exemplo.Nas usinas nucleares, em vez de utilizar o fogo para aquecer a água, a energia contida no núcleo atômico é liberada para aquecer e transformar a água em vapor, que, em altíssima pressão, movimenta as turbinas.Entretanto, nem toda a energia gerada, seja qual for o processo, poderá ser sempre útil para nós. É um fato observado que, em todo processo no qual ocorre uma transformação de energia, parte dela se transforma numa energia que não pode ser aproveitada, e é perdida para o ambiente na forma de calor.Todos nós já observamos que qualquer máquina, seja a movida a vapor, eletricidade, gasolina etc., sempre fica aquecida. Esse aquecimento surge justamente da perda de energia em forma de calor, que ocorre quando realizamos qualquer processo de transformação de energia.
Limites para a eficiênciaFoi o engenheiro e matemático francês Nicolas Léonard Sadi Carnot (1796-1832) que, ao estudar o desenvolvimento de máquinas térmicas, chegou à conclusão de que seria impossível construir uma máquina térmica com 100% de eficiência, levando ao 2º princípio da termodinâmica (ou 2ª lei).A 1ª lei estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída, referindo-se à quantidade de energia. A 2ª lei qualifica isso, acrescentando que a forma que a energia assume nas diversas transformações acaba se ’deteriorando’ em formas menos úteis de energia.Ela se refere, portanto, à ’qualidade’ da energia, levando em consideração também a energia que se torna mais difusa e acaba se degenerando em dissipação. A partir da 2ª lei é que chegamos ao conceito de entropia (veja a coluna "O caos e a ordem"), que está associada a uma medida de desordem de um sistema.O domínio do fogo pelos primeiros hominídeos foi de fundamental importância para a sobrevivência da nossa espécie. Em milhares de anos utilizando o fogo, o homem conseguiu produzir diversos materiais (metálicos, cerâmicos) que impulsionaram o desenvolvimento civilizatório.Com o advento da máquina a vapor, usando o fogo como fonte de energia, ocorreu o grande processo de industrialização que nos levou ao atual estágio tecnológico.Ao compreender como ocorrem os processos de transformação de energia, a termodinâmica se estabeleceu com um dos mais importantes ramos do conhecimento da física, que se aplica desde as máquinas a vapor até as modernas usinas nucleares. Sem dúvida, o fogo acendeu a curiosidade humana e foi uma das molas propulsoras do nosso progresso.

Ciências para Crianças

Lorotas dos Negadores do Aquecimento - Lorota Solar

Ciência em Dia

http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/

Ciência maluca

Os assuntos mais bizarros do mundo das pesquisas científicas com muito bom humor.


http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Telecurso 2000 2º Grau - Física - Aula 04 (1 de 2)

Teste de aceleração com uso de GPS no Nokia N95

Teste de aceleração com uso de GPS no Nokia N95

Aceleração

Aceleração

2º Mão na forma (Os Sólidos de Platão)

1º Mão na forma (Introdução (Dialogo geométrico))

Quadrado, Cubo e Cia - Mão na Forma (eps. 3)

Quadrado, Cubo e Cia - Mão na Forma (eps. 3)

Quadrado, Cubo e Cia - Mão na Forma (eps. 3)

Aula sobre formas geométricas

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Experimento com Nitrogênio e Bexiga - Ciência em Ação

Truques de matemática

Explicação da Ebulição da Água no Microondas

Ciência em Show em Uberlândia

Programa Eliana - Ciência em Show - 20/09 ( Parte 01 )

Programa Eliana - Ciência em Show! 13/09 - Parte 2

Programa Eliana - Ciência em Show! 13/09 - Parte 1

gelo seco e cafe

As Redes Sociais e o Meio Ambiente

As Redes Sociais e o Meio Ambiente

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasileiros questionam origem do asteroide que extinguiu dinossauros

Brasileiros questionam origem do asteroide que extinguiu dinossauros

Astrônomos do Observatório Nacional fizeram observações no Chile.

Asteroide não seria da Família Baptistina, como afirmou estudo americano.

Bernardo Tabak


Da TV Globo



Em 5 de março deste ano, um estudo publicado na revista Science afirmou: o impacto de um grande asteroide, que originou a cratera Chicxulub, no México, foi a causa da extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos. A afirmativa colocou um ponto final na questão e descartou outras hipóteses que buscavam explicar como os gigantescos répteis sumiram da Terra.

Entretanto, uma dupla de astrônomos brasileiros afirma que o asteroide que caiu no México não é o que se acreditava ser. Uma recente pesquisa do Grupo de Planetologia do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, contesta um estudo feito por pesquisadores do South West Research Institute, nos Estados Unidos, em 2007.

O estudo americano anunciou ter sido um fragmento da Família Bapstistina (asteroide 298) que atingiu a Terra onde hoje se localiza a cratera de Chicxulub, no México. Em astronomia, uma família é o conjunto de objetos resultantes de uma colisão entre dois asteroides.

Estudo americano não tinha observações suficientes

“Nós pesquisamos fragmentos do asteroide que caiu no México”, conta o astrônomo Jorge Carvano.

Ele e a também astrônoma Daniela Lazzaro fizeram ainda uma campanha de observação em alguns telescópios, entre eles o Gemini, no Chile, que tem poderosos espelhos de 8 metros de diâmetro.

Nas observações, eles puderam determinar com grande precisão o albedo, que é a fração da luz solar refletida por um asteroide. “A partir do estudo da composição dos fragmentos e da visualização do albedo, é possível afirmar que a Família Baptistina não tem nada a ver com o asteroide responsável pela extinção dos dinossauros”, enfatiza Carvano.

De acordo com os pesquisadores brasileiros, o valor do albedo de um asteroide originado da Família Baptistina é quase sete vezes maior do que o valor do albedo típico dos meteoritos CM2, que é a composição provável do corpo celeste que gerou a cratera de Chicxulub.

“O estudo americano trabalhou com dinâmica e não com observação dos corpos. Na hora de escolher a teoria, eles não tinham observações suficientes e, por isso, acabaram apoiando uma tese errada”, disse Carvano. A pesquisa dos brasileiros está publicada no site da revista britânica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.


Pesquisador acredita que nunca vai se saber a origem do asteroide

De acordo com Jorge Carvano, vai ser muito difícil nomear ou explicar a origem do asteroide que causou a extinção dos dinossauros. “Saber com certeza, eu acho que, provavelmente, nunca saberemos. Já passaram vários asteroides pela Terra, e muitos outros ainda e vão passar”, comentou ele.

Sobre a possibilidade de haver um novo impacto na Terra que cause a extinção da espécie humana e de outras tantas, Carvano acha as previsões alarmistas. “A gente não conhece nenhum objeto que vai cair na Terra. Apenas por volta do ano 2036, o asteroide Apophis vai passar muito perto do nosso planeta”, explica o astrônomo.

Carvano destaca ainda que o diâmetro do Apophis é de algumas centenas de metros, enquanto que o asteroide responsável pela extinção dos dinossauros tinha cerca de 15 quilômetros de diâmetro. “Mesmo se houvesse uma colisão, o estrago seria de proporções muito menores”, afirma.

“No fundo, o que a gente quer é entender a relação e o processo dos asteroides e cometas com a Terra, e com o Sistema Solar como um todo”, ressalta o astrônomo. “Muitos asteroides chegam mais pertos de nós do que a Lua. A gente precisa entender o que acontece para planejar os próximos passos. Quem sabe no futuro, com as novas tecnologias, não vamos poder explorar os recursos minerais dos asteroides”, conclui Carvano.


http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1539897-5603,00.html


Ciência Brincando

Pessoas, acessem os sites e aprendam mais!!!!!!!


http://www.on.br/

http://www.on.br/site_brincando/

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BACURI

BACURI

Algumas frutas da Amazônia, como guaraná, açaí e cupuaçu, já são conhecidas em outras partes do país e até no exterior, mas outras são consumidas apenas pela população local. Entre as que começam a ganhar mercado fora da região está o bacuri, do qual é extraída uma polpa usada para fazer sorvetes, doces, sucos e outros produtos. A maior procura por essa fruta já supera a capacidade de produção atual, essencialmente extrativa, mas estudos mostram que essa situação pode ser modifi cada com a adoção do cultivo e do manejo de plantas originadas da regeneração natural da espécie, que geraria renda e emprego e permitiria a recuperação parcial de extensas áreas desmatadas e abandonadas.

Alfredo Homma, José Edmar Urano de Carvalho e Antônio José Elias Amorim de Menezes Embrapa Amazônia Oriental, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
 
 
 
bacuri é uma das frutas mais populares da região amazônica. Essa fruta, pouco maior que uma laranja, contém polpa agridoce rica em potássio, fósforo e cálcio, que é consumida diretamente ou utilizada na produção de doces, sorvetes, sucos, geleias, licores e outras iguarias. Sua casca também é aproveitada na culinária regional e o óleo extraído de suas sementes é usado como anti-inflamatório e cicatrizante na medicina popular e na indústria de cosméticos. O bacurizeiro (Platonia insignis) pode atingir mais de 30 m de altura, com tronco de até 2 m de diâmetro nos indivíduos mais desenvolvidos. Sua madeira, considerada nobre, também tem variadas aplicações. Essa árvore ocorre naturalmente desde a ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas, até o Piauí, seguindo a costa do Pará e do Maranhão.

O bacurizeiro é uma das poucas espécies arbóreas da Amazônia que se reproduzem de modo tanto sexuado (por meio de sementes) quanto assexuado (por brotações oriundas de raízes). Em áreas de ocorrência natural, com vegetação aberta, a densidade de indivíduos em início de regeneração pode chegar a 40 mil por hectare (1 ha equivale a uma área de 100 m x 100 m), por causa das brotações.
 
Por esse motivo, o caboclo amazônico diz que o  “bacurizeiro nasce até dentro de casa”. A produção atual de polpa de bacuri tem origem basicamente na coleta dos frutos de árvores oriundas de regeneração natural, que escaparam da expansão de povoados, do avanço da agricultura e da pecuária e da extração madeireira no litoral do Pará e do Maranhão nos últimos quatro séculos. No passado, o bacurizeiro foi mais importante como espécie madeireira que como planta frutífera. Sua madeira resistente e de coloração bege-amarelada era muito utilizada na construção de embarcações e de casas, o que ainda é observado em muitas áreas de ocorrência natural.

O mercado de frutas amazônicas tinha, até recentemente, consumo local e restrito ao período da safra, mas a crescente exposição da região nos meios de comunicação, no país e no exterior, sobretudo após o assassinato do ambientalista Chico Mendes (1944-1988), chamou a atenção para esses produtos.

O aumento da procura pela polpa de bacuri elevou seu valor (o preço por quilo passou de R$ 10, em 2005, para até R$ 20 atualmente) e indicou que a produção extrativa não tem condições de atender sequer o mercado local. Essa maior pressão de demanda teve reflexos nas áreas de ocorrência, induzindo o manejo dos rebrotamentos naturais e o estabelecimento  de pomares por agricultores do Pará, em especial da colônia nipo-brasileira no estado. O bacuri, que era uma das “comidas do mato” de Macunaíma, o “herói sem nenhum caráter” do romance modernista (1928) de Mário de Andrade (1893-1945), prepara-se para seguir o caminho de castanha-do-brasil, guaraná, açaí, cupuaçu e pupunha, ganhando dimensão nacional e internacional.
 
 
O bacurizeiro na história

O primeiro relato conhecido sobre o bacuri está no livro História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão, escrito pelo frade francês Claude d’Abbeville (?-1632) e publicado em 1614. Sua descrição da espécie, grafada como “pacuri”, é a seguinte: “O pacuri é uma árvore muito alta e grossa, suas folhas parecem-se com as da macieira e a flor é esbranquiçada. O fruto tem o tamanho de dois punhos, com uma casca de meia polegada muito boa de comer como doce, tal qual a pera. A polpa desse fruto é branca, parecida com a da maçã, de gosto suave; encontram-se dentro quatro nozes comestíveis”.

Outro religioso, o padre jesuíta João Daniel (1722-1776), que viveu na Amazônia entre 1741 e 1757, descreveu o bacuri. A partir de 1757 e até sua morte, o padre ficou preso em Portugal – no período da caça aos jesuítas promovida por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês do Pombal (1699-1782) – e, na prisão, escreveu um enorme tratado sobre a região amazônica, Tesouro descoberto no rio Amazonas, onde fez detalhadas observações:

“A fruta bacuri, posto que tenha seus senões, também merece sua menção, pelo seu excelente gosto. A sua árvore é famosa de grande, e também o fruto é de bom tamanho... Tem a casca grossa, e para dar a casca, e se abrir a fruta, quer maço, ou requer se dar com ela em uma pedra, ou pau; ... porque tudo são caroços vestidos ou revestidos de uma felpa por modo de algodão muito alva... É esta uns gomos da mesma massa, que serve de divisão aos caroços. (...) Costumam pois os moradores, quebrada a fruta, separar com um garfo esses gomos intermédios para um prato, e se o querem cheio é necessário quebrar mais fruta; mas no seu superlativo gosto pagam muito bem o trabalho em as quebrar, e suprem a sua pouquidade: falo das doces, em que sempre há algum tal ou qual ácido; e tão tenros os gomos, que parecem nata, ou manteiga.”

O Ensaio corográfico sobre a província do Pará, livro em que o militar e geógrafo português Antônio Ladislau Monteiro Baena (1782-1850) descrevia a geografia, os recursos naturais e a população paraenses, publicado em 1839, também destacou a importância do bacurizeiro, “árvore que dá fruta agridoce”. Segundo Baena, a espécie “tem casca acitrinada e semelhante à do piquiá” e seu lenho “serve na construção náutica”. Um fato curioso sobre a fruta é relatado pelo escritor paraense Osvaldo Orico (1900-1981) em seu livro Cozinha amazônica: uma autobiografia do paladar, de 1972: o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), o barão do Rio Branco, famoso pela solução dos problemas de fronteira do Brasil com os países vizinhos, adotou o bacuri como sobremesa nos grandes banquetes oficiais do palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, em sua gestão (1902 a 1912) como ministro das Relações Exteriores. Sabe-se ainda que, em 1968, em visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, ficou encantada com o sorvete de bacuri preparado por uma confeitaria do Rio de Janeiro, razão de diversas encomendas posteriores.

Extrativismo, manejo e plantio

A coleta dos frutos é feita principalmente em bacurizeiros que crescem naturalmente ou em áreas com brotações espontâneas manejadas. Mais recentemente, a espécie começou a ser cultivada por meio de mudas. Em florestas primárias, o bacurizeiro ocorre em baixa densidade, em geral inferior a 1 indivíduo/ha. É uma árvore social, que forma agrupamentos de seis a oito indivíduos, distantes cerca de 30 a 40 m entre si. Na vegetação secundária de terra firme podem ocorrer maciços quase homogêneos, com mais de 200 indivíduos adultos/ha, o que sugere que em tempos passados algum tipo de manejo foi efetuado para favorecer o estabelecimento e o crescimento dos bacurizeiros.

O manejo consiste em selecionar as brotações mais vigorosas que nascem em áreas agrícolas abandonadas, mantendo 10 m de distância entre elas e eliminando as demais. Os únicos cuidados posteriores são roçagens nos primeiros anos de crescimento (para evitar a competição com o mato) e depois em torno de árvores adultas, na época de frutifi visualcação (para facilitar a coleta dos frutos). A primeira produção de frutos ocorre de cinco a sete anos após o início do manejo. É necessário, nas áreas manejadas, evitar que queimadas efetuadas em terrenos próximos cheguem ao bacurizal, pois a espécie é bastante sensível ao fogo.

Avaliações feitas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no nordeste do Pará e na ilha de Marajó evidenciaram que muitos agricultores têm feito o manejo de maneira inadequada, deixando as árvores muito próximas uma das outras, o que implica baixa produção de frutos. Não é raro encontrar bacurizais manejados com número de árvores/ha quatro a cinco vezes superior ao recomendado (de 100 a 120 plantas/ha). Essa elevada densidade é um dos fatores responsáveis pela baixa produtividade de frutos, pois as árvores crescem muito em altura, sem alargar a copa.

A notável capacidade de reprodução do bacurizeiro por brotações oriundas de raízes facilita o manejo, mas pode trazer um problema: todos os indivíduos de uma área de 1 ha, por exemplo, podem se originar da mesma planta-mãe, não havendo variabilidade genética. Isso é prejudicial porque o bacurizeiro, como outras espécies arbóreas amazônicas (entre elas o cupuaçuzeiro e a castanheira-do-brasil), apresenta autoincompatibilidade genética, ou seja, as flores não se convertem em frutos quando a flor que fornece o pólen é da mesma planta que a flor que o recebe. Assim, os clones rebrotados da mesma planta-mãe também seriam incompatíveis, o que inviabilizaria a produção de frutos ou a tornaria dependente de pólen vindo de longe. Os polinizadores principais são pássaros de diferentes espécies, e o principal atrativo para eles é o néctar produzido em abundância (até 5 mililitros de néctar por dia) pela flor do bacurizeiro.

Uma estratégia recomendada para assegurar a variabilidade genética em bacurizais manejados é a de introduzir diferentes clones na área, o que pode ser feito por meio de enxertos (de outra origem) em indivíduos locais ou do plantio de mudas trazidas de outras regiões.

O crescimento do mercado de bacuri está expandindo o plantio com plantas obtidas de sementes. Essas plantas demoram, em média, 10 anos para produzir os primeiros frutos, mas crescem mais rápido que mudas enxertadas e têm, quando adultas, tronco retilíneo, permitindo o aproveitamento da madeira. Mudas enxertadas, ao contrário, dificultam o uso da madeira, mas começam a produzir mais cedo, entre quatro e cinco anos. É importante, porém, escolher (para os enxertos) espécimes com frutos de qualidade superior, em especial quanto à proporção de polpa, que deve ser de no mínimo 18% do peso do fruto.
 
Crendices populares

Os agricultores amazônicos adotam diversas práticas, sem comprovação científica, visando aumentar a produção de frutos de bacurizeiros ‘vadios’, ou seja, os que têm floração abundante, mas reduzida frutificação. Entre elas estão as de efetuar cortes na casca e remover pequenas porções desta  inserir pregos nos troncos, pendurar garrafas com água ou amarrar o cós de calças às árvores. O corte da casca é feito de diferentes formas, às vezes até ferindo o lenho, durante a floração e por ocasião da lua cheia.

Outro mito refere-se ao uso do cipó-de-tracuá (Philodendron megalophyllum) para dar uma ‘surra’ no bacurizeiro. Depois dessa prática, o cipó deve ser amarrado em seu tronco, a uma altura equivalente à do peito da pessoa que o usou na ‘surra’. Essa crendice, porém, tem opositores. Muitos agricultores dizem que a prática faz com que o bacurizeiro “fique com raiva” e, em represália, desprenda frutos tanto maduros quanto imaturos. A queda de frutos imaturos representaria, para os agricultores, um “castigo dos deuses” aos que surram a árvore. Acredita-se que essa crendice, como tantas outras, tem origem no acaso: ao passar por um bacurizeiro carregado de frutos, alguém teria batido no tronco com um cipó, amarrando-o depois no tronco da árvore, e algum tempo depois ventos fortes teriam provocado a queda de grande quantidade de frutos, inclusive imaturos e verdes, levando à associação entre a “surra” com o cipó-de-tracuá e as perdas.

O exotismo das práticas chega ao ponto de recomendar, para que a safra seguinte seja abundante, a simulação de uma relação sexual com o bacurizeiro, entendido como uma fêmea. Nesse caso, o órgão sexual masculino é representado por algum objeto que lembre o falo, como uma mão de pilão. Durante esse ‘ato sexual’, que segundo a crendice  deve ser praticado na lua nova, a pessoa deve repetir diversas vezes a expressão “segura teu fruto”.

Existe ainda a prática de jogar areia ou cinza em volta dos bacurizeiros durante a lua cheia. A areia não tem propriedades capazes de interferir na produtividade dos bacurizeiros, mas a adição de cinzas pode contribuir para o aumento de produção porque esse material contém macro e micronutrientes essenciais às plantas. Outra ‘simpatia’ é a de, por ocasião da lua cheia, em qualquer mês, juntar folhas dos bacurizeiros, pôr fogo e jogar areia para simbolizar a quantidade de frutas. Essa crendice é praticada também com outras espécies frutíferas. Apesar da riqueza cultural que representam, todas essas lendas e crendices sobre o bacuri precisam ser desmistificadas pela pesquisa científica.

Os desafios do bacuri

Para obter a polpa, os agricultores partem a casca com um porrete. Retirada a casca, encontram os ‘filhotes’ ou ‘línguas’, como chamam a porção da polpa não aderida às sementes, e as ‘mães’, nome dado à polpa que envolve as sementes (‘caroços’). As sementes devem ser separadas cuidadosamente, com o uso de tesouras, porque qualquer ferimento no caroço libera uma resina que mancha a polpa. Por isso, os produtores de bacuri não utilizam as máquinas despolpadoras existentes no mercado, mas esse problema poderia ser evitado com o desenvolvimento de um equipamento específico para extração da polpa dessa fruta.

As comunidades que produzem o bacuri também precisam ser conscientizadas sobre práticas equivocadas de coleta fortuita. Os agricultores provocam a queda de frutos subindo nos bacurizeiros e sacudindo os galhos, mesmo à noite. Em geral, isso acontece no início da safra, quando os preços estão elevados. Essa prática leva à queda de frutos maduros e semimaduros, mas também de frutos ainda em fase de crescimento, que são abandonados no chão, causando a perda de 5% a 10% da safra, segundo estimativas. Os frutos imaturos são enterrados no chão com sal e carbureto de cálcio (produto usado para induzir floração no abacaxizeiro e em outras plantas), visando ao seu amadurecimento forçado e à venda posterior, prática que engana os consumidores.

Muitas áreas de vegetação onde ocorrem bacurizeiros continuam sendo derrubadas para formar pastagens e culturas agrícolas (soja, feijão caupi, abacaxi e outras), obter lenha para olarias, produzir carvão ou extrair madeira para construção civil. A baixa lucratividade, decorrente da densidade reduzida de bacurizeiros na vegetação nativa, torna a opção de curto prazo mais atraente para os agricultores. Isso pode ser alterado com técnicas de manejo (desbaste dos rebrotamentos espontâneos ou plantio de mudas).

O manejo é simples: a densidade de bacurizeiros deve ser corrigida para 100 a 120 indivíduos/ha, ordenados demodo que formem uma malha quadrangular de 10 m por 10 m. Isso pode ser feito nos rebrotamentos naturais pela seleção de plantas vigorosas distantes 10 m umas das outras, ou por meio do plantio de mudas em áreas com menor densidade da espécie. A formação de pomares manejados de bacuri representa importante alternativa para recuperar mais de 50 mil ha de áreas degradadas nos estados de Pará, Maranhão e Piauí e para recompor áreas de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP).

Como o bacurizeiro é uma planta de fecundação cruzada, polinizada principalmente por pássaros, a produção dos frutos depende da presença destes. Assim, também é importante um ‘manejo’ da população humana local, para evitar a captura e venda desses pássaros e a destruição das matas próximas, onde vivem, ações que podem causar sérios prejuízos à produção de bacuri.

Um cálculo simples mostra como o bacuri pode trazer grande benefício para a região amazônica. Caso seja possível, por exemplo, adicionar 20 mil ha à atual área de produção, com uma produtividade média de 200 frutos por ano em cada planta, a produção anual aumentaria em 400 milhões de frutos, quantidade que corresponde a cerca de 120 mil toneladas de frutos e 12 a 15 mil toneladas de polpa. Isso implicaria R$ 200 milhões anuais (a preços atuais) de receita extra para a região, sem contar com possíveis aumentos na produtividade por árvore e no percentual de polpa por fruto (decorrentes de técnicas e pesquisas de melhoramento da espécie) e com a agregação de valor pela industrialização. A cultura manejada do bacuri – aproveitando os rebrotamentos ou com plantios racionais – constitui, portanto, uma solução local capaz de gerar renda e emprego, além de contribuir para a redução dos problemas ambientais globais.
 
 
Pesquisa aplicada

O autores são pesquisadores que trabalham diretamente com o bacuri. A. Homma é especialista em extrativismo vegetal na Amazônia e coordena pesquisa sobre manejo de bacurizeiros. J. Carvalho, especialista em fruteiras tropicais, trabalha na domesticação do bacurizeiro, desenvolvendo técnicas pioneiras de formação de mudas e de manejo. A. Menezes, especialista em agricultura familiar, também estuda o manejo de bacurizeiros e atua em programas de treinamento de produtores da fruta.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/271/pdf_aberto/bacuri271.pdf

Erosão costeira

Erosão costeira

A erosão costeira no Nordeste está associada a dois fenômenos com escalas temporais distintas. No curto prazo, a erosão é controlada pelas variações no balanço (acúmulo e retirada) de sedimentos na costa. A retirada de sedimentos depende principalmente do regime de ondas, mas também contribuem para isso a diminuição do volume trazido ao litoral pelos rios e a perda de sedimentos das praias para as dunas costeiras
pela ação dos ventos. No longo prazo, a erosão costeira é controlada pelas variações históricas do nível do mar.

As desembocaduras de rios no mar estão entre as áreas mais afetadas, no curto prazo, por alterações do balanço de sedimentos, composto pela descarga de materiais trazidos pelo rio e, por outro lado, pela ação erosiva de correntes marinhas, marés e ondas. Essa mobilidade natural da foz dos rios é afetada diretamente por alterações de origem humana nas bacias fluviais, como a construção de barragens, e é potencializada, hoje, pelas mudanças climáticas globais. No longo prazo, as alterações devidas às mudanças do nível do mar devem ser preponderantes e podem afetar a região costeira como um todo.

Fotografias aéreas e imagens de satélite, de 1958 a 2001, mostram a variação da desembocadura e do estuário inferior do rio Jaguaribe nesse período. A análise dessas imagens indica que a linha de costa da margem esquerda da foz recuou em média -0,83 m/ano, enquanto na margem direita houve deposição de sedimentos, a uma taxa média de 0,77 m/ano, resultando em erosão média de -0,05 m/ano. Essa tendência erosiva observada na margem esquerda varia ao longo do trecho estudado, devido a fatores como os fluxos d’água (hidrodinâmicos), a natureza das rochas e materiais do solo (geomorfológicos) e atividades humanas. Nessa região, a paisagem costeira está em constante transformação:

  • a foz do rio Jaguaribe é empurrada para leste, provocando erosão na margem esquerda. O fenômeno é comum ao longo do litoral e já afeta áreas urbanizadas.
O movimento das ondas também é um componente importante da erosão costeira. Uma simulação simultânea da magnitude das ondas e do transporte de sedimentos ao longoda costa (devido à inclinação em que as ondas atingem a praia, induzindo um processo chamado de deriva litorânea), serve para identificar as zonas críticas de erosão e em que parte do ano o fenômeno é mais severo. A simulação apontou o trecho do litoral nordestino que apresenta direção sudeste-noroeste (uma pequena parte da costa do Rio Grande do Norte e a maior parte da costa do Ceará) como o mais propenso à erosão no segundo semestre do ano, quando o ângulo em que as ondas incidem na costa é próximo de 45º, gerando maior transporte de sedimentos. Além disso, a intensidade da erosão nessa área é ampliada ainda pela presença, no fundo do mar e perto da costa, de formações rochosas que concentram a energia das ondas sobre o litoral.

As mudanças climáticas globais estão intensificando esse processo de erosão? A resposta depende de um bom conhecimento das taxas de erosão típicas desse trecho do litoral ao longo do tempo. Estudos que abrangem períodos mais longos indicam, para a costa brasileira, uma elevação do nível médio do mar de 4 mm/ano ou 40 cm/século. Esse valor, no entanto, pode apresentar diferenças significativas em alguns locais: no porto de Santos, por exemplo, é de apenas 10 cm/século.

Para o litoral nordeste oriental não há observações em longo prazo do nível médio do mar que apontem uma tendência confiável. Entretanto, considerando as tendências observadas em Recife (50 cm/século) e Belém (40 cm/século), podemos admitir valores entre 40 e 50 cm/século, o que significa uma elevação média anual de 45 mm. Essa subida de 45 cm corresponde a uma retração de 45 m por século da linha de costa (ou seja, uma taxa de erosão de 45 cm/ano).

Além disso, embora os estudos ainda se baseiem em intervalos de tempo mais curtos, observa-se uma tendência de aumento das taxas de erosão. A praia do Icaraí, 20 km ao norte de Fortaleza, é um dos trechos de maior erosão costeira no Ceará. O monitoramento do volume do perfil dessa praia durante cinco anos mostra que, embora este varie bastante nos diferentes meses do estudo, é possívelidentificar uma clara tendência de recuo, nesse caso com perda de volume em torno de 45 m3/ano, o que corresponde atualmente a uma erosão de cerca de 7,8 m/ano.

As mudanças climáticas globais não são a única causa do que ocorre hoje na foz do rio Jaguaribe e no trecho costeiro próximo a ela, mas os três indicadores discutidos sugerem fortemente que essas mudanças vêm contribuindo para potencializar esses efeitos ambientais. Todos os indicadores avaliados apresentam clara intensificação nas últimas décadas. Portanto, é urgente aprimorar os modelos capazes de avaliar e descrever a evolução do cenário ambiental do litoral do Nordeste, com o objetivo de estabelecer programas de adaptação a essas transformações, que permitam minimizar seus impactos sobre a paisagem natural e as populações humanas.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/272/pdf_aberto/mudancasclimaticas272.pdf

Ilhas, praias e manguezais

Ilhas, praias e manguezais

A redução das chuvas na região Nordeste, prevista nos modelos que simulam os efeitos das mudanças climáticas globais sobre climas regionais, tem sido confirmada. Os modelos do IPCC apontam redução de até 20%, por década, do volume anual de chuvas na região. Para o Ceará foi calculada, re centemente, uma redução de 6% por década, com base na pluviosidade anual entre 1965 e 2003. Dados do volume anual de chuvas em duas estações de medição da bacia do rio Jaguaribe (figura 3), onde o projeto do INCT-TMCOcean (transporte de materiais entre continente e oceano) e a UFC mantêm programas de longo prazo para monitorar alterações desse rio e do litoral junto à sua foz, mostram essa redução. A bacia do rio Jaguaribe é a maior do semiárido, com mais de 75 mil km2, e ocupa mais da metade do território do Ceará.

Além da queda suave, mas consistente, do volume anual, os registros revelam ainda uma redução praticamente total das chuvas no auge da estação seca, o que diminui drasticamente a disponibilidade de água para as atividades humanas na bacia e sugere a necessidade da construção de barragens e açudes para acumular a água. A combinação da queda na quantidade de chuvas e da construção de barragens terá importantes efeitos na vazão da bacia do rio Jaguaribe.

A vazão dos rios do semiárido depende do volume de chuvas, mas na região os açudes são o principal controlador dessa vazão. A construção, a partir das décadas de 1970 e 1980, dos principais reservatórios da bacia permitiu regularizar a vazão desses rios ao longo de todo o ano, mas a diminuição das chuvas tem resultado em vazões cada vez mais baixas, embora constantes. A vazão na bacia do Jaguaribe é regulada hoje pela operação de 87 açudes públicos, entre eles Orós e Castanhão, ambos de grande porte, mas existem em toda essa bacia milhares de outros reservatórios.

O principal resultado da construção das barragens é a regularização da vazão dos rios, com a redução significati-va dos valores máximos de descarga fluvial típicos da estação chuvosa. O papel dominante das barragens em rios do semiárido fica claro quando se constata que apenas em 2008 e 2009, quando ocorreram chuvas muito intensas, os picos máximos de vazão do rio Jaguaribe atingiram os níveis registrados nos anos 1970 e 1980, antes da construção de grande número de açudes médios na bacia desse rio. Isso só aconteceu porque a forte concentração de chuvas, em um tempo curto, nos dois últimos anos, exigiu a abertura das comportas do açude Castanhão (o maior da região, concluído em 2006 e capaz de armazenar 6,7 bilhões de m3 de água) para evitar danos à barragem.

Apesar desses picos mais altos em 2008 e 2009, a vazão média do rio mostra redução ao longo das últimas décadas.

Em um cenário de mudanças climáticas globais que levem a uma diminuição da quantidade anual de chuvas, essa tendência deve ser muito agravada. Quais as consequências dessa mudança na vazão e quais indicadores podem ser usados para avaliar sua dimensão?

As fortes vazões na estação chuvosa retiram e transportam os sedimentos depositados durante a longa estação seca na parte inferior das bacias fluviais e em seus estuários, o que forma bancos de areia e ilhas fluviais e alarga as praias e as margens de ilhas. Um exemplo é a evolução da área de uma ilha fluvial próxima ao estuário do rio Jaguaribe nos últimos 20 anos (figura 4). O progressivo aumento da área da ilha acelerou-se nos últimos 10 anos, atingindo cerca de 25 hectares em duas décadas, como resultado direto da acumulação de sedimentos nessa porção do rio. A nova margem da ilha é rapidamente colonizada por manguezais, o que dificultará sua erosão mesmo durante eventuais períodos de elevada vazão. O aumento dos manguezais também ocorreu em outro estuário cearense, na Área de Proteção Ambiental do rio Pacoti (figura 5). Mapas colorizados a partir de imagens de satélite, de 1958 e 2004, revelam que a área total de mangues dobrou nesse período, principalmente pela colonização de ilhas formadas e praias alargadas.

Além das alterações nas descargas fluviais, que ampliam as áreas colonizáveis por manguezais, as mudanças nos  padrões de chuvas – em particular a redução na estação seca – também facilitam o crescimento desse tipo de vegetação, aumentando a extensão da intrusão, rio acima, da água do mar. Essa intrusão reduz, ou mesmo elimina, a competição entre as árvores do mangue e as plantas terrestres, que não suportam salinidade e que normalmente colonizariam agressivamente a margem dos rios, impedindo o estabelecimento de manguezais.

Ao longo da parcela mais ao norte do litoral nordestino (do Rio Grande do Norte ao Maranhão), tem corrido expansão generalizada de manguezais (ver ‘Manguezais do Nordeste e mudanças ambientais’, em CH nº 229). Mapeamento feito pelo grupo da UFC em 21 estuários dessa área, comparando mapas digitalizados de imagens de satélite obtidas entre 1990 e 2004, constatou ampliação das áreas de mangue em 11 desses estuários, com aumento de cerca de 15% na extensão total dessa vegetação. Três estuários não mostraram alterações na área de mangues, e a redução desta, em outros sete, deveu-se ao desmatamento promovido por atividades humanas, em especial a instalação de fazendas de produção do camarão, sugerindo que o aumento geral seria maior que o observado.

Os aumentos de manguezais ocorreram em estuários tanto de rios com represas e açudes quanto naqueles sem essas alterações humanas, sugerindo que a mudança climática global é o fator mais importante para essa expansão, e que os efeitos dessas mudanças são potencializados pela ação humana sobre as bacias de drenagem.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/272/pdf_aberto/mudancasclimaticas272.pdf

Deslocamento de dunas

Deslocamento de dunas


No litoral do Nordeste, o ano apresenta duas estações climáticas bem definidas. O período chuvoso, marcado por ventos pouco intensos e baixa taxa de evaporação, atinge seu máximo entre março e abril, quando a zona de convergência intertropical (faixa chuvosa que se expande sobre o oceano Atlântico) está em sua posição mais ao sul. O período seco, com taxa de evaporação e velocidade do vento elevadas, tem seu máximo entre setembro e outu bro, quando a zona de convergência atinge sua posição mais ao norte. O volume de chuvas e a velocidade dos ventos são os fatores que mais influenciam o deslocamento das dunas no litoral do semiárido.

A duna desloca-se no período seco, quando há ventos fortes e umidade baixa, o que facilita o transporte da areia.

Na época chuvosa, com alta umidade, o movimento diminui ou até cessa. Nessa estação, o lençol freático aproxima-se da superfície, favorecendo o estabelecimento de uma vegetação típica na área traseira da duna. Quando a duna volta a se deslocar, na época seca, deixa para trás a marca de sua loca-lização na estação anterior: uma linha de vegetação. Estudos revelaram que a formação das linhas residuais e seu espaçamento a cada ano dependem da subida e descida do lençol freático. Infelizmente, alterações posteriores – a ação do vento e da água e o crescimento de outras plantas – podem, com o tempo, deformar as linhas residuais, encurtando a ‘validade’ desse indicador para poucas dezenas de anos. Isso impede seu uso para estudos sobre o clima local em tempos mais antigos, mas ainda permite que seja empregado para avaliar variações climáticas recentes.

Por exemplo, sabe-se há algum tempo que, após períodos do fenômeno El Niño (aumento da temperatura das águas do oceano Pacífico na costa da América do Sul), cai o volume de chuvas na região do oceano Atlântico equatorial.

Quanto mais intenso o El Niño, maior a redução pluviométrica. Por isso, testamos se nosso indicador ‘deslocamento de dunas’ respondia da mesma forma. Como previsto, quanto mais forte o El Niño, maior a distância entre linhas consecutivas deixadas pelas dunas.


DESCOBRIMENTO DO BRASIL OFICIAL -PORTAL DO PROFESSOR MEC

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

1º 2º e 3º LEIS DE NEWTON

Primeira lei de Newton: lei da inércia

Um carro está parado. Se não houver motivo para que ele se movimente,ele vai se movimentar? É óbvio que não!

Se um carro está se movimentando e não há motivo para que ele pare, ele vai parar? É óbvio que não!

Essa é a primeira lei de Newton. De alguma forma já sabíamos essas respostas, mas foi Newton quem enunciou essas situações em forma de lei da natureza.

Se entendermos “motivo” como uma força, enunciamos formalmente a lei como:

  • Lei da Inércia

Se a soma das forças que agem sobre um corpo for nula, ele manterá seu estado de movimento:

  • se o corpo estiver em repouso, permanecerá em repouso;

  • se estiver em movimento, sua velocidade será constante, ou seja, manterá um movimento retilíneo uniforme.

  • Inércia é uma propriedade dos corpos. Todo corpo que não tem motivo para alterar seu estado de movimento, não vai alterá-lo.
 
Segunda lei de Newton: lei da força

É muito mais fácil empurrar um Fusquinha do que um caminhão. Assim como é muito mais fácil parar o Fusca do que o caminhão, se ambos tiverem a mesma velocidade. Isso é óbvio!

É sobre isso que a segunda lei de Newton trata: qual é a relação entre o movimento dos objetos e a força aplicada sobre eles.

Newton desenvolveu uma expressão matemática para descrever essa relação. Essa expressão matemática pode nos fazer compreender melhor as coisas que acontecem no nosso dia-a-dia. Por exemplo: um carrinho de mão vazio é muito mais fácil de carregar do que um carrinho de mão cheio de terra. Ou, ainda, o ônibus com poucos passageiros sobe com muito mais facilidade uma ladeira do que quando está lotado. Em compensação, quando o motor do ônibus pifa, é melhor que a lotação esteja completa, pois será mais fácil empurrar um ônibus com a ajuda de muitas pessoas do que com a de pouca gente!
 
 
 
Terceira lei de Newton: ação e reação

Ou: quem empurra quem?

Podemos tocar numa parede sem que ela toque na gente? É óbvio que não!

Podemos empurrar um móvel (ou qualquer outra coisa), sem que ele nos empurre? É óbvio que não!

Essa pergunta pode ser feita também da seguinte forma: podemos fazer força sobre um objeto sem que esse faça força sobre nós? A resposta é não. Quando fazemos força sobre alguma coisa, essa coisa também faz força sobre nós.

Observação

Não é necessário que um corpo toque em outro para realizar uma força sobre aquele. Por exemplo, um ímã não precisa tocar em outro para atraí-lo, assim como a Terra nos atrai, mesmo quando não tocamos no chão; basta que pulemos para experimentar esse fato. Chamamos esse fenômeno de “interação à distância”, enquanto que as forças que necessitam de contato para serem transmitidas, chamamos de “forças de interação por contato”.

Eu tenho a força! Será?

Eu tenho a força! Será?

Várias vezes vemos na televisão alguém gritando “Eu tenho a força” e, então, começa uma verdadeira pancadaria! Logo o super-herói sai do meio da confusão tirando pó do ombro, como se nada tivesse acontecido. De vez em quando, vemos também quedas-de-braço entre duas pessoas que ficam com os rostos vermelhos de tanto esforço, até que um deles vence a peleja!

Muitos são os exemplos nos quais vemos o conceito de força sendo utilizada. Você já deve ter visto exemplos que discutiam o conceito de força na Física, como podemos medir e operar com os vetores que representam as forças, por exemplo, a soma, a subtração e a decomposição de forças para compreender várias experiências do nosso dia-a-dia.

Vamos estudar aqui as leis de Newton, que são as leis que explicam os movimentos, ou seja, qual é a razão para que um objeto se movimente ou não.

O criador do conceito de força, Isaac Newton, estava preocupado em compreender as causas do movimento - ele se perguntava qual era o motivo para um corpo se movimentar.

Por exemplo, ele respondeu uma pergunta que raramente nos fazemos:

Quando jogamos uma pedra para longe, ela começa a se movimentar devido ao impulso dado pela mão. Mas, por que continua a se movimentar depois de estar solta, fora da mão?

Na Grécia antiga, essa pergunta foi respondida da seguinte forma: a natureza não gosta do vácuo. Então, quando a pedra sai de nossas mãos, deixa vazio o lugar onde estava, o ar que estava na frente da pedra vai para trás dela, ocupa o lugar vazio e ao mesmo tempo, vai empurrando a pedra para frente.

Essa solução foi dada numa época em que não se acreditava que podia existir o vácuo, ou seja, a ausência de ar. Hoje sabemos que existe e é possível fazer vácuo. Um exemplo é a embalagem do café a vácuo, vendida no supermercado.

Na Lua, os astronautas arremessaram pedras, e nenhuma delas teve problema para continuar seu trajeto, apesar de não haver atmosfera no nosso satélite!

Newton enunciou três leis. Elas explicam o movimento da pedra e por que os objetos se movimentam.

Eu tenho a força! Será?


  • O cientista inglês Isaac Newton (1642-1727) dedicou-se ao ensino universitário e ao estudo da Física, da Matemática, da Alquimia, da Teologia e, na fase final de sua vida, à Política

BILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE

BILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE

Quando cheguei aqui, percebi que a bola branca tinha sido movida. Ontem eu tinha feito uma marca de giz num dos cantos da tabela, perto de uma das caçapas. Eu medi, então, 80 centímetros sobre a lateral maior da mesa. Depois, medi 67 centímetros até a bola.
Eu tinha dado ordens expressas para que nada fosse tocado, pois a bola branca deveria estar com as impressões digitais do criminoso. Eu fechei tudo antes de sair!
Hoje, quando cheguei aqui, a situação tinha mudado. As novas medidas eram, na mesma ordem, 68 cm e 79 cm. Alguém esteve aqui! A bola não pode ter se deslocado sozinha!  Discutiremos depois.

Abraços, Sherlock




A Cinemática é o estudo dos movimentos. Mas ela não vai muito a fundo. Se estivermos interessados em descrever apenas como um determinado objeto está se movendo, estaremos trabalhando dentro da Cinemática. É nesse campo que vamos estudar a velocidade dos objetos, sua aceleração, fazer previsões sobre onde poderá ser localizado um objeto que está se movendo com determinadas características e assim por diante. Porém, se quisermos conhecer as causas, ou seja, por que um objeto está se movendo de uma certa maneira, já estaremos em um outro campo da Mecânica: a Dinâmica.

Para saber como se movem os objetos e fazer previsões a respeito de seu movimento precisamos, inicialmente, localizá-los, isto é, saber onde eles estão.
 
Localizando os objetos Estádio cheio! O goleiro bate o tiro de meta, tentando jogar a bola fora de campo para ganhar tempo. A torcida vaia! Um torcedor tira uma foto do lance e, mais tarde, mostrando a foto, tenta explicar a situação para o filho: “A bola estava a 15 m da bandeirinha, do lado esquerdo do nosso goleiro, a 6 m de distância da lateral esquerda e a 3 m de altura”. Aparentemente, a bola estava localizada. A foto ajudou muito! Na realidade, ele deveria dizer que os 15 m foram medidos sobre a lateral esquerda e, não, entrando 15 m pelo campo e, assim por diante. Um fato importante é que, para localizarmos um objeto que se movimenta no espaço, como o caso da bola, precisamos fornecer três distâncias.

Além disso, é necessário explicar como foram feitas as medidas, e a partir de que ponto. No exemplo, o ponto em questão era uma das bandeirinhas que limitam o campo.
 
Todavia, os objetos em seu movimento, às vezes podem ser localizados de  maneira mais fácil. É o caso, por exemplo, das bolas de bilhar que, em geral, andam apenas sobre uma superfície plana.