terça-feira, 6 de setembro de 2011

Surto da E.coli na Europa atinge quase 4 mil pessoas

29 de junho de 2011 - 07:06
Edilene Ribeiro 
 
O surto na Europa causado por uma variante da bactéria E.coli já contaminou 3.901 pessoas e causou 48 mortes na Alemanha. Além disso, 13 países já registraram casos de infecção pela bactéria. Na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, no Interior, divulgou a existência de dois casos suspeitos de infecção pela E.coli.
As duas pessoas estiveram recentemente na Alemanha, foram medicadas e já receberam alta do hospital. Segundo a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), os exames ainda estão sendo avaliados pelo Instituto Adolfo Lutz para confirmar se ambos foram realmente infectados pela bactéria.
A infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Elisa Maria Beirão, explica que a contaminação por E.coli causa cólicas abdominais, diarreia seguida de sangue e vômitos. “Nos casos mais graves a infecção pode levar a uma disfunção renal.” A recomendação para quem apresentar estes sintomas após a chegada de uma viagem internacional, principalmente pela Europa, é procurar imediatamente atendimento médico.
Contudo, a afirmação de especialistas e do próprio Ministério da Saúde é que não há risco de um surto como esse no Brasil. “Essa variante da bactéria E.coli não é comum no Brasil”, diz o infectologista do Hospital Ama Jeosafá Campus Prudêncio.
Segundo o infectologista, a transmissão ocorre por via fecal-oral (quando a pessoa leva a boca partículas de objetos contaminados com fezes), por meio do consumo de alimentos crus ou malcozidos e água. Na Europa, a bactéria foi encontrada em brotos de feijão.
“Ainda não há certeza se o contato interpessoal é capaz de transmitir a bactéria. Por enquanto, só foram registrados casos de contaminação através dos alimentos”, comenta.
Higienização dos alimentos pode evitar contágio
“Consumir água potável e alimentos bem lavados é uma ordem geral em qualquer lugar”, ressalta o infectologista do Hospital Ama Jeosafá Campus Prudêncio.
A recomendação para quem for viajar para países da Europa não foge dos cuidados diários com a boa alimentação e a higiene: alimentos crus, principalmente vegetais e produtos de origem animal devem ser evitados.
“As pessoas devem preferir alimentos cozidos e não esquecer de lavar sempre as mãos antes das refeições e de qualquer contato com os alimentos, e depois de usar o banheiro”, orienta a infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Elisa Maria Beirão.
Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta manter carne crua separada e os alimentos que forem consumidos crus, como frutas e vegetais, devem ser lavados e, se possível, ter a casca retirada.
É de extrema importância fazer a higienização dos alimentos antes de acondicioná-los na geladeira ou fruteira, para garantir um consumo saudável e livre dessas doenças. No entanto, Prudêncio ressalta que frutas devem ser lavadas antes  do consumo imediato. “Lavar várias frutas e guardar na geladeira para consumir direto depois não é aconselhável, as chances de multiplicar as bactérias são as mesmas.” 
Tratamento – Elisa alerta para cuidados com a automedicação em caso de sintomas. “O uso de antibióticos e antidiarréicos pode agravar ainda mais a infecção”, disse.